Sex Symbol

A abrangência biopsicosocial da sexualidade humana transforma-a na mais fantástica maravilha do desenvolvimento evolutivo. A esfera biológica compreende o sistema e órgãos reprodutivos com a respectiva operacionalidade funcional; o plano mental envolve a identidade sexual e os modos como a pessoa lida interiormente com essa necessidade e respectivo prazer; a componente social inclui as relações e interacções que se estabelecem com o objecto de desejo sexual mas também com a sociedade em geral.

O conceito de símbolo sexual, enquanto manifestação social de sensualidade e sexualidade por uma pessoa que apela ao desejo, teve grande expansão na segunda metade do século passado e tenta explicar a procura massificada de fantasias relacionadas com sensações corporais numa sociedade do prazer.
A sexualidade é, por inerência, um território fértil de reacções e manifestações psicossomáticas mas é na individualidade mental que se encontram as mais belas explicações para o fenómeno do simbolismo sexual. Por exemplo, há pessoas que durante o seu desenvolvimento libidinoso estagnaram no conflito edipiano; algumas destas pessoas, resolvem simbolicamente, na actualidade, o seu complexo de Édipo procurando objectos de desejo sexual e sensual em figuras de autoridade inquestionável, como os médicos; outras na sua fixação identitária com o elemento frustrante desse conflito, adoptam comportamentos sádicos e desviantes de uma sexualidade saudável e reprodutiva.
O simbolismo e as fantasias sexuais, enquanto defesas do Ego, têm uma conexão intrínseca aceite pela cultura social dominante que os torna objecto de estudo psicanalítico privilegiado mas também uma diferenciação pluralista capaz de estabelecer, não um mas, vários sex symbols sociais ao serviço da emergência de um desejo libidinoso reprimido.

Doutor Patrício Leite, 22 de Dezembro de 2017