Dualismo do Poder

Políticos há, que conceptualizam o poder pela absolutização da capacidade.
Nesta conformidade, o poder combateria o poder; o qual, como valor absoluto, de nada dependeria para se exprimir. Não aceitamos esta posição absolutista por ser manifestamente absurda. Desde a física clássica, onde a sociologia politica moderna foi beber os seus conceitos, se admitem os pares acção – reacção. Entretanto a capacidade, ainda que absoluta, sem o exercício da vontade, não se pode exprimir. Assim, o poder será um produto da capacidade (ou recursos) pela vontade e aqui temos a primeira divisão dual do poder. Além da intencionalidade consciente do exercício da vontade, tem-se comprovadamente verificado que no âmbito da capacidade, o dualismo permanece, sendo:
Poder a capacidade de criar necessidades e influência a capacidade de satisfazer necessidades, isto é, tem o poder quem castiga, pune, dá com o bastão ou gera sofrimento,... tem influência quem recompensa, satisfaz necessidades ou consegue aliviar o sofrimento gerado pelo poder. O poder é a capacidade de gerar sofrimento e a influência é a capacidade de aliviar o sofrimento.
Esta dualidade conceptual, manifesta em toda a dinâmica do poder, transporta-nos para a antítese da dialéctica social entre os que imprimem sofrimento e necessidades e os que aliviam o sofrimento e satisfazem necessidades sentidas.
Munido de tais conceitos, fácil se torna distinguir os indivíduos, profissões ou grupos sociais que preferem exercer o poder causando danos, sofrimentos e punições, daqueles outros que exercem a influência de aliviar tais sofrimentos.
Esta divisão dual, facilita a prática de, no dia-a-dia, integrar um individuo no grupo dos que exercem o poder ou, pelo contrário, a influência. A resposta será então adequada á melhor consecução dos objectivos.