Como maravilhosamente mostra a origem etimológica da palavra vítima,
esta vem do latim victimia e victus que significa vencido, dominado.
Naturalmente uma vitima é alguém que entrou num duelo e nele foi
vencida. Mas um duelo não é, e nunca foi, sinónimo de violência. A
violência organizada em duelo, é único património de um estado
guerreiro. A concepção violenta do conflito político, surge única e
exclusivamente pelo estado e em função do estado. Nunca o ser individual
organiza o seu duelo de forma violenta. A violência politica organizada
pelo estado, exige uma estratégia e um raciocino frio, de aquisição do
poder, que jamais se verifica ao nível individual saudável. Muito menos
se concebe que um marido possa usar violência contra a sua esposa como
forma de adquirir poder. Ao violentador opõe-se o violentado, nunca a
vitima. À vitima opõe-se o vencedor e nunca o violentador. Quem consegue
conceber a ideia de que existem vitimas de violência doméstica só pode
ser alguém definitivamente manipuladora e de muito má fé. Num duelo
conjugal não há violentador e vitima, há dois sofredores. (a que se
acrescenta o sofrimento dos filhos). Esse sofrimento, essa doença, tem tratamento médico.