A dualidade indissociável observador
- observado impõe uma esfera predominantemente do observador e uma outra do
observado. O fulcro é precisamente a zona ou ponto de transição entre a esfera
do observador e a do observado. Qualquer manifestação de uma entidade assume
simultaneamente a condição de observador e observado e nenhum destes dois pode
existir em separado. Não há existência nem realidade que não seja observada e
não há observador sem uma realidade externa; o fulcro é precisamente a zona da
transição entre a realidade interna pertencente ao observador e a realidade
externa pertencente ao observado. Empiricamente, qualquer ser humano,
observador, ao efectuar um movimento tem a sensação que todo o exterior observado
aumenta ou diminui as dimensões, conforme se aproxima ou afasta desse ambiente
externo; por outro lado, quando é um único objecto externo observado, que se
move, pois a sensação empírica produzida no ser humano é que apenas esse
objecto externo, aumenta ou diminui as dimensões, conforme se aproxima ou
afasta do ser humano observador. Assim, a compreensão empírica do movimento
implica que, se todo o ambiente externo se altera, pois o movimento é do ser
humano e se apenas um objecto do exterior se altera, então o movimento é desse
objecto.
O ser humano enquanto
observador, tem um órgão dessa observação, o olho humano. Este órgão de
observação também tem um fulcro, ou seja, o ponto de transição entre o exterior
observado e o interior que observa. O olho humano funciona como um instrumento
óptico consistindo de uma câmara escura com orifício sendo o orifício o fulcro
ou ponto de transição entre o exterior e o interior. Um ser humano que imaginariamente
estivesse localizado num campo escuro, num ambiente escuro onde apenas
conseguisse ver um objecto iluminado, pois apenas veria esse objecto a aumentar
ou diminuir as suas dimensões tridimensionais, quando estivesse mais próximo ou
mais afastado, mas não conseguiria saber se o movimento de aproximação ou de
afastamento foi realizado pelo próprio ser humano observador ou pelo objecto
observado; fica pois deduzida, racionalmente, a interconvertibilidade das três
dimensões espaciais: altura, largura e profundidade, numa reologia do espaço
finito.
A deformabilidade ou
convertibilidade reológica, não se opera apenas entre as três dimensões
espaciais; a interconversão entre a massa e o espaço tridimensional constitui também
uma realidade observável cujo fulcro é a máxima densidade absoluta (da), possível
e imaginável, ou seja: da = 3,0847x1080 É assim que, por analogia,
ao considerarmos um sistema de alavanca, em que a gravidade é constante, a
massa em cada lado, vai diminuindo com a distância ao fulcro ou ponto de apoio;
de tal modo que se colocarmos, por exemplo, 10kg num lado da alavanca, então se
a distância do outro lado ao fulcro, for 10 vezes maior, pois apenas será
necessário aí colocar 1Kg para se atingir o equilíbrio; mas se formos
aumentando essa distância ao fulcro, a massa que é necessário colocar, para
atingir o equilíbrio, será cada vez menor, de tal modo que no infinito, não
será necessário colocar qualquer massa, no infinito toda a massa foi
transformada em distância ou toda a distância em massa.
No mundo real, na totalidade
existencial, o que se move é o fulcro, e o movimento desse fulcro é que
determina o equilíbrio. Se por ironia duas pessoas; uma gorda, volumosa e muito
pesada e outra magra, pouco volumosa e pouco pesada, se pesassem numa balança
desconhecendo a posição do fulcro, pois podiam ver o peso e volume igualmente equilibrados
apesar das discrepâncias; isto mostra a relatividade da massa, a massa é
relativa. Assim como pela teoria da relatividade se chegou à conclusão que o
estado de movimento e repouso são relativos, também pela teoria da densidade do
espaço se conclui que a massa é relativa; mas a massa e o volume são
indissociáveis e interconvertíveis, e a densidade é igual à massa a dividir
pelo volume (d = m/v), a densidade é pois a posição do fulcro na comparação
entre dois objectos massivos, mas é sempre uma posição relativa até se atingir
a máxima densidade absoluta que é 3,0847x1080 a densidade absoluta
permite a interconversão entre a massa e o espaço volumétrico. A analogia do
sistema de alavanca é transponível para um sistema de roldana móvel; num
sistema de roldana móvel em que se procura elevar um peso ou massa usando uma corda
e uma roldana móvel o que ocorre é que diminui o peso a elevar mas isso ocorre
às custas de maior comprimento de corda que se tem de puxar; o peso é assim transformado
em comprimento, o peso diminui mas o comprimento aumenta, o comprimento é uma
medida do espaço e o facto de a corda não estar em linha recta apenas corrobora
a afirmação de que o espaço não é uma linha recta nem isotrópico; o espaço é um
volume anisotrópico com zonas de maior e menor densidade, e quando a densidade
atinge um determinado patamar pois ocorre uma manifestação conhecida como um
objecto massivo; mas a densidade é o fulcro na comparação entre dois objectos
massivos, é o fulcro precisamente pela tridimensionalidade do espaço volumétrico;
por outro lado a densidade absoluta determina que com o movimento surja a interconversão
entre a massa e o volume, sendo por essa interconvertibilidade que se verifica
a necessidade de uma quinta dimensão para o estudo do movimento.
Doutor
Patrício Leite, 29 de Junho de 2016