REACTIVAÇÃO DA ECONOMIA PORTUGUÊSA

A frase, sem poupança não há investimento, apenas é verdadeira quando se considera uma economia global; de facto, ao nivel microeconómico uma empresa ou uma familia, podem-se endividar servindo-se da poupança alheia para investir. Em Portugal, a divida total: considerando a do estado, das empresas, das familias e das pessoas, é pagável. O total do capital português (ou seja, os bens de produçāo produzidos) superam, em muito, a dívida. No entanto para gerar riqueza, para obter excedentes de produçāo, para aumentar as exportações, torna-se necessário um novo paradigma económico. Um paradigma que aumente a eficácia e eficiencia na rentibilizaçāo do capital investido. Um paradigma que massifique o uso popular do capitalismo de mercado. Esse paradigma existe, consiste apenas na criaçāo e desenvolvimento de Bolsas de Valores de carácter nacional, regional e local. Portugal tem apenas uma bolsa de valores que permite transações internacionais para grandes empresas, para impérios económicos nela cotados. A banalizaçāo das Bolsas de Valores, a criaçāo de legislaçāo que permita e incentive o desenvolvimento de Bolsas de Valores ao nivel regional e local com a entrada e cotaçāo de todas as restantes sociedades anónimas, das sociedades por cotas (PMEs, Pequenas Empresas, Empresas Familiares, Microempresas, etc.) irá entre muitas outras vantagens, incentivar o investimento e a produtividade, pela massificaçāo da participaçāo popular no capital social das empresas e pela partilha dos respectivos lucros. Isto levará crédito a empresas viáveis, mas que actualmente se encontram numa situaçāo difícil cuja solvabilidade aponta para falência ou pré-falência.
Por exemplo, a Ilha da Madeira, que a todos deve e a ninguém paga, muito iria lucrar com a criação da Bolsa de Valores da Ilha da Madeira já que dinamizaria a sua economia com a entrada de capital das pessoas residentes, ou outras, nas empresas locais.
Ao longo da história e do desenvolvimento económico de Portugal, com a queda do feudalismo, gera-se uma corrida á apropriação individual de pequenos fragmentos de terreno, numa agricultura de subsistência. Esse movimento que nessa altura da história, permitiu a poupança e investimento, deve agora ser canalizado para a apropriação individual de pequenos fragmentos de empresas através da criação de Bolsas de Valores Locais, a poupança e o investimento, com este novo paradigma económico, serão ainda mais facilitados.

Doutor Patrício Leite, 3 de Outubro de 2011