Dualismo - Conceito Alargado

A procura pelos princípios da compreensão, da realidade, da existência, do conhecimento humano; tem conduzido, por um lado a teses unicistas como o monismo no caso das ideias e o monoteismo no caso das crenças religiosas e, por outro, a teses pluralistas no caso das ideias e panteistas no caso das crenças. O dualismo tradicional, enquanto doutrina ou pensamento humano, considera habitualmente que pelo método reducionista se encontram na base dois principios antagónicos, distintos e independentes: o bem e o mal, deus e o diabo, o alto e o baixo, a ideia e a matéria, o continente e o conteudo, etc. O novo dualismo não nega o tradicional, mas vai mais longe; a concepção do monismo e pluralismo, do monoteismo e panteismo, da unidade e diversidade, são agora também considerados como princípios duais. Esta nova dualidade compreende a unidade monista em antagonismo com a diversidade pluralista como método de explicação e compreensão. No plano cosmogónico-mítico-religioso a dualidade toma a sua identidade defenitiva na confrontação antagónica entre o monoteismo e o panteismo, ou seja, no dualteismo. Quando o dualismo é aplicado ao campo da divina deidade; a dualidade assume a confrontação entre o teismo e o ateismo. Para o crente não basta afirmar que deus é aquilo que o ateu nega. Para o ateu não basta afirmar que nega o deus do crente. A dinâmica da lógica bivalente, em que a negação do verdadeiro dá o falso e vice versus, não assume a dualidade biidentitária dualistica. Enquanto a lógica bivalente assume dois valores: verdadeiro e falso; o dualismo assume dois princípios: o valor lógico verdadeiro (ou o falso) e a operação lógica negação. A aquisição da metodologia dual, como instrumento de explicação e compreensão, permite um sucesso previsível e permanente.

Doutor Patrício Leite , 21 de Setembro de 2011