ALEMANHA CONTAMINA O MUNDO

A tendência humana para tudo reduzir á unidade tem frequentemente causado danos irreparáveis. Impõe-se pois um raciocinio que, se reducionista, encontre na base uma dualidade irredutivel. Munido deste último raciocínio avanço para o surto epidémico por Escherichia coli enterohemorrágica. É um facto que o serotipo de E. coli enterohemorrágica, produtora da tóxina Shiga-like mais estudado, tem sido O157:H7 no entanto, a evidência cientifica tem demostrado que o modo de transmissão dos outros serotipos é semelhante. No particular caso do presente surto em Hamburgo – Alemanha tem-se, a meu ver erradamente, dado especial relevo á transmissão a partir de vegetais; acontece que o gado bovino é frequentemente um portador saudável e natural destas bactéreas e a grande maioria dos surtos descritos tem sido transmitida a partir da carne moida, crua ou mal passada destes animais. A seguir a transmissão faz-se pelo leite, queijo fresco, gelados, maionese e águas. Depois a transmissão é feita de pessoa a pessoa, que se contaminam durante o abate, a colheita do leite e a manipulação da carne e finalmente a partir dos vegetais. É certo que em Hamburgo a maior parte das infectadas eram mulheres e estas revelaram ter comido saladas, mas é também certo o gelado como sobremesa, o queijo fresco e a bebida de sumo ou água, todos com maior probabilidade de contaminar do que os vegetais. Outro factor de erro nesta investigação é a procura obcessiva de uma única fonte de todo o contágio. É natural que o novo serotipo O104:H4 tenha surgido numa única fonte que sofreu mutação ou incorporação do genoma de um novo virús; no entanto do ponto de vista epidemiológico, o mais provável, é que na região de Hamburgo a disseminação se esteja a fazer por múltiplas vias, responsabilizar apenas os vegetais é uma atitude de baixo nível científico. Os surtos de infecções por E. coli enterohemorrágica são frequentes e têm aumentado no mundo desenvolvido. Neste particular caso devem ser controladas as fronteiras de Hamburgo a fim de que esta infecção se não dissemine pelos restantes paises da Europa e do Mundo. A dualidade aqui expressa consiste em não só considerar a transmissão pelos organismos vegetais mas também animais, que não há um único modo ou fonte de transmissão mas vários, que Hamburgo não foi contaminada a partir do exterior mas ela é que vai contaminar a Europa e o Mundo. Abraço e Bons raciocinios dualísticos!