Absolutamente Relativo

Tradicionalmente tem-se definido a matéria como toda a massa que ocupa um espaço, volume ou distâncias entre pontos considerados. Há assim uma absolutização da massa e do espaço. Como já demonstrei antes, a massa e o espaço não são entidades absolutas mas sim relativas e interconvertíveis; é a densidade, sobretudo a densidade no momento primordial, no início do Big-Bang, que assume um valor máximo e absoluto; esta é a máxima densidade possível da realidade física. A reologia do espaço demonstra que o volume de um objecto material diminui conforme aumenta a distância entre um observador e esse objecto. Também desde Arquimedes se sabe que num sistema de alavanca, como ocorre numa balança; se os braços da balança forem desiguais e colocarmos dois objectos com massa, em cada braço, então ao braço maior corresponde a massa menor e vice-versa, até se atingir o equilíbrio. Isto demonstra a conversão do espaço em massa e vice-versa, já que considerando a acção da gravidade constante e igual em ambos os braços da balança, o produto da massa maior pela distância menor num braço é igual ao produto da massa menor pela distância maior no outro.
Semelhante resultado, de convertibilidade entre massa e espaço, poderia ser obtido com uma roldana móvel para elevar um objecto com uma certa quantidade de massa. Neste caso, considerando a gravidade constante, seria percorrida maior quantidade de corda, portanto maior distância mas com menos força, portanto menos massa. A relatividade e interconvertibilidade entre massa e espaço foi aqui demonstrada e também Einstein demonstrou a relatividade entre espaço e tempo. As questões de relatividade dependem sempre da posição do observador e não se limitam a massa, espaço e tempo mas abrangem todas as grandezas físicas e todas as propriedades da matéria. Se colocarmos como observador, um sensor de temperatura ou qualquer outro, como por exemplo de luminosidade, verificamos sempre que a distância ao objecto observado interfere com a captação do sensor. Este fenómeno ocorreria também se a dimensão considerada para a posição do sensor observador não fosse a distância mas sim qualquer outra. Para qualquer dimensão ou grandeza considerada, o sensor observador tem sempre de nesta, ocupar uma posição e essa posição que ele ocupa numa grandeza, interfere com a captação da outra grandeza a observar, pelo que a realidade física não é estática, a realidade não é o que é, mas sim o que é captado pelo sensor observador. Se agora considerarmos que o sensor observador passa a observado, passa a interferir e ser interferido pela realidade que vai captar, surge um jogo fundamental dualístico e dinâmico entre duas entidades distintas: o absoluto e o relativo.                                 Doutor Patrício Leite, 22 de Agosto de 2014