POESIA REFERENCIAL

A cultura tem sido, tradicionalmente, produzida por artistas e eruditos protegidos pelo estado. O estado, ou não cobra impostos, ou então fornece directamente apoio monetário a essas entidades. Os currículos escolares mostram que, no século xx, se tem considerado cultos e eruditos, pessoas que de facto não o são. Dizem, que a poesia do século xx, revela um avanço relativamente á métrica e temáticas anteriores; as ideias surrealistas, por vezes predominam; também a vanguarda do surrealismo, na poesia experimental, volta a dar valor ao significante em detrimento do significado e isso nada tem de especial. Sem qualquer custo, eu que não sou poeta, faço aqui um poema inovador, com todos os ingredientes da poesia, em apenas dois minutos. Crio uma mudança na história da literatura, simplesmente colando no papel, uma folha simbólica de uma planta, como poderia colocar um lápis, um pedra ou qualquer outro objecto simbólico; chamo a isto a nova poesia do Séc. XXI, a Poesia Referencial, pois além do significado e do significante coloquei a própria folha da planta, o referencial. Assino os poemas, faço uma exposição e vendo á unidade. As cópias serão mais baratas. Se com isto consiguir sobreviver, muito bem, de outro modo fecho o negócio. O estado está demasiado pobre para patrocinar a cultura. As religiões, as artes, a cultura os desportos; todos devem pagar os respectivos impostos, se não são lucrativos pois que fechem as portas. O dinheiro dos nossos impostos deve ser usado para nosso benefício e não para o enriquecimento dos homens da cultura.

Doutor Patrício Leite, 12 de Abril de 2012