PSICANALOGIA

Os seres vivos, a fim de conservarem a sua vitalidade, movimentam-se em direcção á satisfação das suas necessidades. Uma planta, pelo fototropismo, direcciona as suas folhas e tronco de modo a receber a luz necessária. Qualquer animal, incluindo o homem, vive em função da satisfação de necessidades. No momento exacto em que um ser vivo mobiliza os seus recursos internos a fim de conseguir do meio externo, aquilo que necessita, para sobreviver ou satisfazer as necessidades; surge uma inevitável comparação entre o interno e o externo, o necessário e o desnecessário. Esta comparação está presente, nos momentos decisórios, em todas as estruturas de vida. A psicanalogia estuda as alteraçōes nos seres vivos pela aplicação do método analógico ou comparativo. Especialmente nos seres humanos, o método analógico, permite compreender as decisões voluntárias e involuntátias. A psicanalogia reconhece análogos padrōes de repetição, entre as teorias psicanaliticas, as teorias do comportamento e as outras; vai, no entanto, mais profundamente, no conhecimento, ao estabelecer comparações comportamentais. O psicanalogista, ao observar comportamentos, deixa discorrer livremente, o seu pensamento comparativo. Esta metodologia transporta para o psicanalogista a regra básica da associação livre que o psicanalista tenta impor ao psicanalisando. Por oposição á psicanálise, em psicanalogia não se impõe qualquer regra ao outro, é o psicanalogista que é forçado a cumprir, pelo menos uma regra básica, isto é, deixa fluir livremente as suas ideias em associação aos comportamentos que o outro apresenta, para de seguida as comparar com esses mesmos comportamentos, na procura de uma explicação mais profunda, mais envolvente, mais detalhada. Entre os vários aspectos da dualidade aqui patente, fica bem claro que, mesmo as teorias mais dogmáticas e aceites, como a psicanálise, podem sempre ter concorrentes antitéticas teóricamente mais aperfeiçoadas á explicação da realidade dual.
Doutor Patrício Leite , 21 de Abril de 2012