VENCER A CRISE

O liberalismo de mercado estabelece que, para as leis de mercado (oferta/procura) funcionarem na sua plenitude, será necessário infinitos compradores e infinitos vendedores; pelo menos quanto maior o número de compradores e de vendedores menor será a possibilidade de alguém influenciar o mercado e colocar restriçōes ás leis da oferta/procura. Algumas das situaçōes de mercado que sabidamente impedem o seu livre funcionamento são: monopólio, monopsónio, oligopólio, oligopsónio.
Curiosamente, os vários estados de democracia representativa têm, nos vários paises do mundo, recorrido apenas a uma moeda, produzida por um banco central. Os estados detêm assim o monopólio da moeda. Há frequentemente congregações de estados que têm apenas um banco central a produzir moeda: nos EUA o dólar, na Europa o euro. A actual crise de liquidez na Europa, resulta do banco central europeu nāo produzir moeda em quantidade suficiente. A escassez da oferta de moeda na Europa torna esta mais cara e o seu único produtor mais rico, porque a vende a um preço mais elevado, no entanto os consumidores acabam por ter dificuldade na realização de transaçōes comerciais. É certo que há outros titulos de crédito como letras, livranças, cheques etc. mas a moeda pela sua enorme quantidade em circulação, ainda tem uma posição monopolista, que distorçe a livre concorrência no mercado de capitais. A solução mais adequada, consiste em legalizar a produçāo privada de muitas moedas por muitas empresas privadas. Assim, com a oferta de várias moedas concorrênciais, o mercado de capitais seria dinamizado, a liquidez aumentava e o preço de cada moeda seria determinado pelas leis da oferta e da procura e nāo por um banco central monopolista. Se o actual neoliberalismo fomenta a livre concorrência de bens e serviços, não se compreende porque, paradoxalmente proibe a produção, emissāo e comercialização de várias moedas por entidades privadas. Esta é a solução para a actual crise de liquidez na Europa.


Doutor Patrício Leite, 15 de Novembro de 2011