As informações divulgadas pelas
organizações internacionais têm revelado pequenos surtos de Ébola, desde o
último quartel do século XX, confinados a pequenas aldeias africanas e nunca
envolvendo mais de 1000 pessoas. A actual epidemia iniciou, nas últimas
semanas, um crescimento acelerado em África, com perca do controlo e tendência
a alastrar ao mundo transformando-se numa pandemia altamente mortal. Sabe-se
que o vírus Ébola é altamente virulento com uma taxa de letalidade que varia
entre 40% e 90% no entanto ainda não se conhece tudo sobre a transmissão,
contagiosidade e reservatórios do vírus. Todas as informações indicam que a
susceptibilidade humana é muito grande; os indicadores mostram uma taxa de
incidência em crescimento acelerado e uma taxa de ataque altíssima,
inclusivamente o ataque secundário é tão elevado pela disseminação entre
familiares e pessoas próximas que até os profissionais de saúde, munidos dos
mais rigorosos cuidados, são contagiados. Com esta gravidade e magnitude da
infecciosidade e contagiosidade, associadas ao pânico social, inerente à
letalidade pela infecção a vírus Ébola, as organizações de saúde e os estados
têm adoptado uma atitude de optimismo e combate ao pânico social mas alertando
as forças armadas para a eventualidade de se estabelecer o caos e a desordem na
sociedade. Um optimismo cauteloso não prejudica mas, os estados e países, estão a desenvolver a mais perigosa estratégia de
combate ao Ébola que a humanidade pode imaginar. Na realidade as batalhas
travadas em África, contra o Ébola, mostram que têm morrido mais profissionais
de saúde do que morrem militares em qualquer guerra humana. Os profissionais de
saúde são pessoas treinadas e inteligentes e se morrem é porque o vírus é
realmente muito infeccioso e contagioso. A infecção em África tem-se
desenvolvido em pequenas aldeias e pequenos aglomerados populacionais mas,
imagine-se, as organizações de saúde e os estados estão a trazer os infectados
para grandes cidades da Europa e dos países desenvolvidos; estão a trazer a
morte para a Europa. Com este nível de infecciosidade e contagiosidade, trazer
um infectado é trazer o perigo, a doença e a disseminação da morte pela
população europeia. A estratégia de
combate, tem de ser outra, tem de dar cumprimento ao Regulamento Sanitário
Internacional e encerrar as fronteiras
dos países afectados, colocar um nível de alerta e segurança nos países
vizinhos ou limítrofes e levar a
tecnologia hospitalar desenvolvida a esses países afectados. Com a instalação,
nos países afectados, de um só hospital de campanha tecnologicamente
desenvolvido e capaz de prestar cuidados médicos intensivos, os profissionais
de saúde que ficarem infectados poderão aí ser tratados sem trazer o perigo de
disseminação da doença por toda a Europa e mundo. A estratégia que os países e
estados adoptaram é criminosa por trazer o perigo e medo à população; a minha
estratégia é segura, eficaz e economicamente mais viável. Adopto uma atitude
optimista, acredito que este surto ou epidemia se vai resolver sem grandes
baixas populacionais e sem alterar a ordem jurídica internacional, no entanto,
gostaria que no Conselho de Segurança da ONU fosse agendada uma reunião para
deliberar a implementação de uma estratégia como a que defendo. O próximo surto
poderá colocar o mundo fora de controlo.
Doutor
Patrício Leite, 9 de Outubro de 2014