O Limite dos Sentidos

No reino animal há seres com menos, mas os humanos, assim como outros animais, têm cinco sentidos e outros tantos órgãos dos sentidos. Entende-se que as plantas não têm órgãos dos sentidos mas o fototropismo e o geotropismo manifestado revelam que reagem a estímulos externos. Os órgãos dos sentidos são constituídos por várias estruturas de receptores que captam estímulos externos e internos. Quando há um sistema nervoso e hormonal bem diferenciados estes integram a informação recebida e fornecem a respectiva resposta. O sentido da visão não capta a luz mas sim o corpo material que a emite ou reflecte; o sentido da audição capta o som ou vibrações sonoras propagadas num meio material. Pela teoria dos campos poderia-se afirmar que há um campo sonoro constituído por meios materiais no estado sólido, líquido e gasoso e a perturbação desses meios materiais consistiria nas ondas sonoras; também no caso da luz, as ondas luminosas resultariam da perturbação do campo electromagnético. Pensar que os actuais órgãos e sentidos humanos permitem captar todos os estímulos e toda a realidade exterior é uma falácia. Assim como um cego jamais conseguirá captar, a longa distância, uma estrutura emissora ou reflectora de luz, também há aspectos da realidade que o ser humano, apesar de todos os sentidos, está limitado, está impossibilitado de captar. A racionalidade do entendimento humano permite compreender que há um campo espacial constituído pela gravidade-massa-espaço-tempo cuja perturbação gera ondas que se propagam, produzem e afectam o estado de movimento. Qualquer que seja o corpo material considerado, este nunca tem movimento próprio; é a reologia do espaço, a deformabilidade do campo espacial, no qual ele está inserido, que produz no observador a sensação de que o corpo se move. No entanto o ser humano não possui qualquer sentido ou órgão de sentido que lhe permita captar esse campo espacial assim como a respectiva deformabilidade que produz uma perturbação ondulatória do espaço. Qualquer ser humano que, mantendo o actual desenvolvimento do sistema nervoso e hormonal, conseguisse um sexto sentido ou órgão de sentido capaz de captar a reologia do espaço e respectiva deformabilidade, assim como a captação sensorial da gravidade, teria automaticamente a previsão quantitativa do futuro. Nesta lógica de pensamento, um sétimo sentido ou órgão de sentido, permitiria ao seu possuidor, não apenas prever o futuro mas também abandonar o estado quantitativo da existência humana e evoluir para um estado imaterial, um estado qualitativo puro. A biointegração tecnológica, conseguirá criar novos sentidos e órgãos dos sentidos, novas formas de captar a realidade, de captar estímulos nunca antes imaginados; para tal é fundamental compreender o princípio vital: a finalidade da vida é a sua permanência!
                                Doutor Patrício Leite, 6 de Abril de 2015